2003-09-19
CULTURA DE EXIGÊNCIA. Um relatório de 1999 da consultora PricewaterhouseCoopers baseado em entrevistas junto de 17 empresas britânicas identifica algumas pistas para as empresas melhorarem a sua actuação. Entre as pistas sugeridas uma em particular chama a nossa atenção: já não é aceitável desculpar fracos desempenhos organizacionais recorrendo à velha máxima de que o ambiente de negócios é cada vez mais difícil. Ou seja, da mesma forma que os árbitros ou o público não podem ser acusados do fraco desempenho das equipas também as empresas não podem justificar a sua incapacidade competitiva por motivos que se prendem com novas condições externas. De acordo com esta visão não é mais desculpável que, por exemplo, os prejuízos das companhias aéreas possam ser justificados com os altos preços do combustível ou a forte pressão competitiva. Na perspectiva de algumas empresas as crises são até bem vindas porque criam novas oportunidades de mudança e facilitam a implementação de políticas difíceis de levar a cabo quando as marés estão calmas. No entender de alguns, é até preferível fazer negócios em climas de recessão porque as empresas se tornam mais profissionais (à parte o facto de que quem compra, e todos compram, pode comprar a melhores preços). Quando a cultura organizacional obedece a um padrão de exigência criam-se condições favoráveis à constante inovação. Se esta inovação for acompanhada duma prospecção das reais necessidade do mercado parece estarem criadas as bases de competitividade sustentável. Como tal, não se pense que ambientes competitivos voláteis criam dificuldades. Para os optimistas eles criam sobretudo oportunidades.