MÚSICA COM RUÍDO. Empreender tinha já lido há escassas semanas uma reportagem sobre as aventuras da Casa da Música que faz justiça à revista em que foi publicada - Grande Reportagem. Entretanto, o Público de há momentos confirma tudo o que já se sabia. Fica um extracto possível: «O tribunal (nr. Tribunal de Contas) acusa o Estado (87 por cento do capital da sociedade) e a Câmara Municipal do Porto (13 por cento) de inacção perante os sinais de "falência técnica" da sociedade gestora do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. Na auditoria, o TC recomenda ao Estado e "demais entes públicos" que avaliem previamente as vantagens da criação de sociedades comerciais de capitais públicos quando se proponham empreender grandes eventos e alerta a Administração Central para que "evite confundir ou aproveitar o exercício das funções de accionista com as de legislador e executivo-administrativas". O tribunal recomenda ainda ao Estado que "proceda, sem delongas, à liquidação" da sociedade logo que a Casa da Música esteja concluída (o actual prazo contratual é Novembro de 2004) e que defina um modelo de gestão "adequado" à exploração do edifício, "destacando com rigor o modelo de financiamento e a forma institucional"» Quando não há visão, nem estratégia nem lideranças fortes é isto que pode acontecer. Empreender propõe desde já a todos os interessados em administração pública a preparação de um caso prático sobre a Casa da Música. Seria pedagógico.
P.S.: Não sei se se trata duma ironia, mas quando procurava há momentos o sítio da casa na net, sai de imediato uma inserção publicitária sobre uma ópera, sugestivamente intitulada "A Raposinha Matreira". Ora esta!