2005-07-27
MERCADO DE EXPLICAÇÕES. Ao que parece o actual executivo prepara-se para regular o mercado de explicações. Nem mais!... Muitos de nós poderíamos pensar que a actividade de "dar explicações" é uma daquelas actividades que se encaixa bem no conceito de economia informal. Os professores faziam o "favor" de explicar de forma mais personalizada as matérias curriculares a alunos com dificuldades de aprendizagem a troco de uma compensação monetária mas da qual não existia nenhum registo económico/contabilistico/fiscal. Nos dias de hoje, o reconhecimento económico da actividade de explicador(a) surge como uma possibilidade de criação de emprego. Mas nem todos podem entrar nesse mercado... Em particular, "os professores do Ensino Básico e Secundário vão deixar de poder cobrar pelas explicações prestadas a alunos das suas turmas, da escola ou escolas onde dão aulas ou do respectivo agrupamento escolar". Para além de questões éticas que possam ser invocadas, a opção do actual executivo parece privilegiar a criação de emprego pela via da limitação da livre concorrência. Será isto possível? Como é que se compatibiliza o objectivo da criação de emprego com a necessária qualidade dos serviços prestados? Empreender tem algumas reservas que a intervenção neste mercado tenha os efeitos esperados e antecipa mesmo um impulso da economia informal por esta via.