2007-01-06

Connectis

Porquê cooperar?
Por Miguel Gonçalves

Cooperar, do latim "cooperári", significa colaborar, trabalhar juntamente. Em contexto organizacional, o seu significado abrange diferentes tipologias. Vejamos alguns exemplos: subcontratação/relação com fornecedores; licenciamento; consórcio; aliança estratégica; joint venture; e rede.

Neste âmbito, várias vantagens podemos salientar, tais como a redução de custos, a moderação de riscos de desenvolvimento ou de entrada de mercado, a aquisição de tecnologia, a obtenção de economias de escala, a partição de financiamento, o complemento de "know-how", o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, a partilha de conhecimento, entre outros.

Além de vantagens, desvantagens existem por exemplo o choque cultural, potenciais fugas de conhecimento, o equilíbrio das ineficiências, a colisão dos objectivos estratégicos, a falta de confiança que poderá influenciar negativamente a disseminação do conhecimento, entre outros aspectos.

No entanto, dois motivos subsistem para que uma relação de cooperação se materialize: os estratégicos e os tácticos. Os primeiros direccionam-se numa vertente de aprendizagem e de liderança. É fundamental existir confiança, uma definição clara de objectivos, existência de comunicação fluida e biunívoca, intenção em aprender e uma assaz receptividade ao conhecimento. Relativamente aos segundos motivos focalizam-se na diminuição de custos, de tempo e de riscos.

Cooperar permite transferir, partilhar, disseminar conhecimento, dinamizar um conjunto de competências de índole tecnológico, de mercado e organizacional, com vista a reforçar e a alcançar a competitividade da organização. Possibilita o “cultivo” de novos serviços e produtos, potenciando o conhecimento existente. Facilita a agregação de oportunidades de negócio que poderão resultar da criatividade, da concepção de novas ideias e da inovação. Neste sentido, é surpreendente descobrir que no século XIX, o ilustre Ralph Waldo Emerson dizia: "os nossos conhecimentos são a reunião do raciocínio e experiências de numerosos mentes".

Miguel Gonçalves, licenciado em Gestão de Empresas, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Santarém; é Técnico Superior no Instituto do Emprego e Formação Profissional; possui um mestrado em Contabilidade e Administração promovido pela Universidade do Minho, onde apresentou a dissertação intitulada “Redes Institucionais de Conhecimento: Estudo de uma Rede na Indústria Têxtil e do Vestuário”.

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