2007-11-28

Connectis

Redes organizacionais
Por Miguel Gonçalves

Do latim “rete” surge a palavra rede. Uma rede é constituída por um vasto conjunto de ambiguidades. Ambiguidades essas que podem ser superadas de acordo com o contexto em que a palavra é inserida. Por exemplo, poderá significar uma cilada, um conjunto de estradas ou caminhos que se ligam e ramificam; enfim, um contíguo de situações, poderá ser atribuído a este agregado de sons que prolifera o sentido do termo.

Rede organizacional é um conjunto de empresas que interagem umas com as outras através de relações inter-organizacionais. Vejamos o exemplo das redes de conhecimento na relação universidade – empresa. Esta relação pode ser sustentada numa rede de criação e partilha de conhecimento baseada na interdependência entra as partes e na reciprocidade de custos e benefícios. Envolve entidades como a universidade e os seus múltiplos actores, e empresas, também elas constituídas por vários actores. Este conceito incorpora a interacção no quadro do relacionamento entre empresas, com a necessidade da adaptação, da cooperação, do conflito, da interacção social e da rotina.

Uma rede é uma estrutura onde um número de ligações se relaciona com outras através de linhas específicas. No complexo mundo dos negócios, as redes podem ser vistas como pontos de ligação. Uma rede significa a interacção, o dinamismo, a confiança, a adaptação e o relacionamento existente entre e dentro das entidades. As entidades não agem isoladamente. Existe um aglomerado de ligações que interagem, de forma activa e contínua, com vista a atingir um determinado fim. O desenvolvimento de uma relação entre empresas pode depender de um largo número de factores, como por exemplo, os benefícios obtidos no passado, a experiência adquirida, a envolvente da relação, o que se espera obter numa futura interacção, as vantagens que poderão advir, os custos a que se possa incorrer, entre outros. Resta saber se, na rede, a relação benefício/custo é atraente. Outra questão versa na influência que cada empresa exerce em relação às restantes pertencentes à rede. Ou seja, o grau de importância que cada organização ocupa na estrutura da rede.

Para finalizar, as actividades centrais numa rede resumem-se a ouvir, reflectir, relacionar e interagir com todos os seus intervenientes. As empresas não conseguem isoladamente desenvolver ou explorar os seus próprios recursos de forma eficaz, excepto se conjugarem todos os esforços da rede, sempre numa base de confiança.

Miguel Gonçalves, licenciado em Gestão de Empresas, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Santarém; é Técnico Superior no Instituto do Emprego e Formação Profissional; possui um mestrado em Contabilidade e Administração promovido pela Universidade do Minho, onde apresentou a dissertação intitulada “Redes Institucionais de Conhecimento: Estudo de uma Rede na Indústria Têxtil e do Vestuário”.
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