2007-11-15

Distribuição de Dividendos
Por Vasco Eiriz

Um negócio sem monos e clientes que não se queixam
Se alguém duvida da criatividade dos mais jovens, desengane-se. Ora leia com os seus próprios olhos a ideia de negócio proposta na minha disciplina de Empreendedorismo: «O negócio baseia-se numa casa funerária juntamente com uma florista. Seria um bom empreendimento uma vez que a taxa de natalidade está a diminuir e a de mortalidade a aumentar, logo, seria vantajoso (mais lucrativo) investir «nos que vão» (mortos) em vez dos vivos. É um negócio que não cria «monos», uma vez que nunca sobram mortos e o cliente, como está morto, não se queixa e raramente a família se queixa. Por último, seria também uma mais valia para quem abre o negócio, já que não se corre o perigo de perder dinheiro por clientes não pagarem, já que a segurança social se responsabiliza por esses custos caso a família não pague. A florista incluída seria um acréscimo ao negócio, o que facilitaria aos clientes a procura de ramos de flores para pôr ao falecido». Dito assim…

Privatizar estradas
Se bem se recorda o leitor, uma das primeiras preocupações do Governo quando tomou posse foi o risco da privatização de hospitais. Vai daí, entendeu transformar a personalidade jurídica dos hospitais de sociedades anónimas de capitais públicos para entidades públicas empresariais, tudo feito com o propósito declarado de que não se colocasse o risco de privatização de alguns desses hospitais. Por isso mesmo, se estranha que o mesmo Governo tenha seguido nestes dias um princípio diferente nas Estradas de Portugal, assumindo a possibilidade de parte do seu capital vir a ser privatizado e tendo-a transformado em … sociedade anónima de capitais públicos. Então, um hospital não pode ser privatizado e as estradas podem? Não acha o ministro que antes sequer de equacionar privatizar infra-estruturas como estradas, deveria ponderar a privatização de actividades como os transportes e muitas outras que por aí abundam irracionalmente? Que interesses movem este ministério?

Praxe em tribunal
Parece-me bem que desta vez os papéis se invertam. Em vez de serem os autores da praxe a fazerem tribunais arbitrários, já não era sem tempo que alguns desses indivíduos vestissem eles próprios a pele de acusados perante um tribunal. É o que vai acontecer com vários indivíduos do Politécnico de Santarém que, entre outros actos, terão obrigado uma caloira a colocar a cabeça dentro de um recipiente de esterco. Quando assim é, para um esterco destes, nada melhor que um tribunal para julgar os seus comportamentos. Se a acusação destes indivíduos é perfeitamente compreensível, já o mesmo não se pode dizer sobre o facto de terem decorrido cinco (cinco!) anos sobre a data dos factos!!! Começa também a ser o momento das acusações irem para além dos prevaricadores directos e envolverem as próprias instituições e seus dirigentes sempre que estes sejam cúmplices com estas práticas.

Distribuição de Dividendos, uma coluna com estatutos desblindados que não necessita de autorização da assembleia geral para distribuir dividendos e garante OPAs céleres.
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