Ao que parece, de acordo com Jaime Rocha Gomes, Prálem d' Azurém é isto que se passa: «verifica-se que os docentes do Ensino Superior estão desmotivados, desinteressados e talvez resignados com o que vierem a ser os novos estatutos, sejam eles quais forem.» Bem vistas as coisas, julgo que também é isto que ocorre Prálem de Gualtar e noutras instituições de ensino superior por esse país fora. Num outro registo, J. Cadima Ribeiro afirma, entre outras constatações, que nas «reuniões dos órgãos académicos herdados do anterior ordenamento jurídico, a grande maioria dos professores universitários mantenha um silêncio estrondoso em relação a tudo que tenha menos natureza de gestão corrente, porque têm medo.»
É importante notar que quem assim escreve não são assistentes desmotivados, professores auxiliares a abater, ou professores associados desagregados. São professores catedráticos que conhecem os meandros do sector com que convivem há décadas e que atingiram o topo da sua carreira. Como muitos outros - talvez a maioria - poderiam estar sossegados no seu canto. Mas não. E se escrevem assim é porque algo de muito mal vai no ensino superior.
Daí que este estado de alma da grande maioria dos professores é para mim um motivo que sustenta a necessidade de modelos de governação inovadores que libertem esses mesmos professores para a sua verdadeira função e para aquilo que mais desejam fazer: ensino e investigação. E no actual contexto legal, quer se goste quer não, isso passa por adoptar a figura de fundação. As restantes soluções são mais do mesmo que já conhecemos.