Um grupo de alunas de pesquisa de marketing entrevistou-me ontem sobre a mudança do Carrefour para Continente. Interessou-lhes mais a minha percepção como cliente da loja de Braga do que a observação enquanto professor de gestão, papéis que não são obviamente separáveis com facilidade. Eis uma síntese de algumas ideias que me ocorreram:
- até ao momento o balanço da mudança não é positivo, embora talvez seja excessivo dizer que é negativo. Continuo a frequentar o Continente, sendo que o principal motivo dessa opção é a proximidade fisíca da minha residência;
- os preços do Continente são superiores, mas sobre isto é necessário dar um desconto (literal) devido à subida de preços dos bens alimentares nos últimos meses. Na minha opinião, os preços são mesmo assim superiores como o mostra, por exemplo, a secção de têxtil e vestuário, categoria de produtos onde não há motivos para aumento de preços;
- não há melhorias na variedade de produtos; nalguns casos, como por exemplo na secção de padaria, há algum retrocesso claro;
- sobre o cartão de cliente e promoções associadas, admito que, em teoria, o cartão do Continente seja mais eficaz para a empresa do que o cartão família do Carrefour (ainda se lembram?), mas isto para mim não é coisa que diferencie;
- para quem desconhecia o Continente, no geral fica alguma frustração por verificar que uma marca reconhecida no sector não é garantia de competências acrescidas, tanto mais que este Continente português possui uma história muito própria;
- com a mudança, as compras no Continente tornaram-se menos frequentes e pontualmente substituídas por visitas mais regulares à concorrência, nomeadamente aos ominipresentes "discounts" tipo Minipreço, Lidl ou até Pingo Doce;
- nestes quatro meses de mudança, a melhor notícia no quarteirão foi mesmo a abertura de um Lidl ao lado do Continente de Braga.