Aos poucos, o país vai descobrindo os rankings. Surgem rankings para isto, para aquilo e para aqueloutro. Há, aliás, uma corrida desemfreada aos rankings: a comunicação social adora-os, os políticos lançam-os de arremesso, o povo que delira com campeonatos escuta-os. Vejam lá que até, subitamente, todas as universidades estão bem posicionadas num qualquer ranking. Há universidades que são lideres na produção de enzimas para o crescimento do escaravelho, outras destacam-se no ranking de artigos obscuros, há quem lidere a tabela dos doutores e quem esteja à frente do ranking dos engenheiros. Há rankings financeiros, de produção e reprodução. E sobre reprodução, há até muitos colegas meus que adoram fazer rankings que curiosamente são eles próprios que lideram. Há depois outros colegas que também entendem da poda e criam eles os seus próprios rankings que curiosamente também lideram. Temo, aliás, que o mercado do ranking esteja em crescendo. A febre é tal que qualquer dia teremos que fazer um ranking para aferir quem lidera o ranking da criação de rankings. Pena é que, o que é mais importante nos rankings - precisamente os critérios que presidem à sua elaboração - não sejam eles próprios objecto de tanta discussão como os próprios. Sim, porque os rankings são todos eles (muito) criteriosos. E os próprios critérios (e o que eles mostram e escondem) mereciam também eles ser "rancados". Daí que este blogue sugira um ranking dos critérios para elaborar rankings. Mas aí, as tabelas poderiam complicar-se e então os rankings deixariam de cumprir o seu papel. Venham, por isso, daí mais rankings. Quantos mais, melhor.