2009-03-19

Silêncios ensurdecedores

A ambiguidade da lista que venceu as recentes eleições para o Conselho Geral da Universidade do Minho (UM) a que aludi aqui e aqui, merece também a atenção de Jaime Rocha Gomes. Mas, para que não haja equívocos, é preciso dizer que esta ambiguidade e silêncio é ainda mais ensurdecedor no caso da lista que obteve a segunda maior votação.

«[...] a lista C, composta por elementos que detêm posições de poder na UM há vários anos, embora não tendo manifestado um apoio incondicional ao actual Reitor, não o criticando e até afirmando que tinham orgulho do que por aqui se fez nos últimos anos, indirectamente mostraram que eram apoiantes das políticas da UM, nomeadamente o seu responsável máximo, o Reitor.A questão é que a lista C, numa lógica de assumir o poder, não podia defender abertamente o Reitor, e chegou-se a demarcar para fins eleitorais da sua tutela. E, temos que admitir, que a sua estratégia funcionou. Obtiveram a maioria, quando em eleições anteriores para a Assembleia Estatutária, não o conseguiram. Não sei até que ponto o Reitor com tamanha "deslealdade" dos seus antigos apoiantes se vai manter no seu lugar. Não há nenhuma Universidade que não tivesse tido a "lista do Reitor" como candidata ao Conselho Geral. A lógica é a de reeleger o Reitor ou ao menos dar-lhe legitimidade no caso de o mesmo continuar até terminar o seu mandato. Neste caso, a anterior "lista do Reitor", demarcou-se do Reitor e deixou-o sem legitimidade de continuar. Aliás a lista C, veio recentemente afirmar, utilizando uma frase da lista B, que quer um Novo Ciclo! A lista B usou esta frase como campanha para "Um novo Conselho Geral - Um novo Reitor". Será que a lista C quer dizer o mesmo? No mínimo a lista C devia clarificar esta sua frase![...]»
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