2009-10-31

Diário de Bordo (2)

Para o percurso de hoje (Braga-Monção), o que restava de tempo para me apresentar às 10:30 no Rosal, obrigou a escolher a auto-estrada. Saída de Braga depois das 9:25 rumo à A3, com acesso através da A11 em Sequeira. Definitivamente, decidi-me levar o prego ao fundo, coisa nunca antes experimentada neste S60. Ora porque habitualmente me acompanha a família (e levar o prego ao fundo num S60 2.0T não é coisa que se deva fazer com a família), ora porque o trajecto das vias raramente aconselha a experiência, nunca antes tinha experimentado a sensação. Foi desta. Sózinho, no troço da A3 em direcção a Valença e ainda por cima com pouco movimento, e ligeiramente atrasado. Eis a oportunidade. E, como se pode ver, regressei a tempo deste Diário de Bordo.

Aqui está o resultado: a aceleração gradual, sem esticões, requer espaço para explorar todo o potencial de velocidade que o motor proporciona. Não consigo precisar com exactidão as rectas em que o consegui - certamente depois da saída para Anais -, mas foram três os momentos em que o acelerador chegou ao fundo. E aí o conta-quilómetros ultrapassou a barreira dos 240 km/h! Não por muitos segundos, é certo, porque o aproximar de curvas mete respeito e leva os dedos do pé a inflectir para cima. Confesso: o maior respeito não é tanto o comportamento do carro em andamento - irrepreensível em estabilidade e aderência - mas sim a sensação de ver o ponteito da velocidade encostado cá em baixo. E quando assim é, o que era um aperto de tempo, rapidamente se transformou num ganho de muitos minutos, tanto mais que raramente baixei dos 200 km/h. Daí que tenha sido razoável aproveitar o tempo disponível para dar um salto ao outro lado da fronteira, ao Outlet Tui Fashion Center (com um nome destes, digam lá se não parece chique) para actualizar o "estoque" de gravatas.

Já no regresso a Portugal, ao retomar o trajecto para Monção, passagem pela antiga ponte Tui-Valença. Aí sim, um pequeno susto. Embora já lá tenha passado centenas de vezes, o certo é só hoje me aconteceu sentir o comboio por cima no exacto momento que seguia de carro por baixo (para os desconhecedores, trata-se duma ponte com via rodoviária no tabuleiro inferior e via ferroviária no tabuleiro superior). O comboio passou-me literalmente por cima, em sentido contrário! O dito nem sequer foi avistado, mas o ruído meteu respeito. Mais do que os 240 kms horários.

Nova aceleração e exactamente às 10:30 estaciono o carro junto da muralha da vila, no Rosal, a tempo de reunir o grupo municipal na Assembleia Municipal de Monção. Havia que preparar a reunião da tarde para a tomada de posse e várias decisões e assuntos a debater.

Em síntese, não é qualquer carro que nos leva de Braga a Monção em 60 minutos exactos, com passagem internacional por Tui, a tempo de adquirir três gravatas. E ainda passando-lhe um comboio por cima!
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