2009-11-27

Diário de Bordo (5)

O Ford foi hoje recolhido da oficina, onde permanecia desde terça-feira. Esteve a arranjar uma embaladeira, danificada no Rosal, em Monção, aquando da campanha eleitoral das autárquicas. Até há bem pouco tempo eu não sabia o que era uma embaladeira – termo, aliás, também desconhecido do dicionário deste processador de texto em que escrevo. Mas a coisa é simples: trata-se daquela parte debaixo das portas laterais duma viatura. Para o comum dos mortais não passa de um friso – comprido é certo, mas baixo. Para um bate-chapas não é, contudo, coisa assim tão simples. E é obra bem mais cara do que se poderia imaginar. Na Ford, o serviço foi orçamentado por qualquer coisa como 600 euros, motivo pelo qual me aconselhei na oficina em que lavo os carros. Recomendaram-me a oficina do Varinho, que é como quem diz Álvaro para os amigos. E lá fui ao Varinho fazer a obra por metade do preço.

Aparentemente bem feita, mas agora há que colocar pernos novos numa das rodas. Roda na qual tinha recentemente trocado de pneus. Ora, ao que parece, o homem que mudou os pneus, ao colocar a roda com o recurso a uma máquina, terá apertado o perno de forma encavalitada, sem estar devidamente enroscado. O que levou a que as roscas não ficassem devidamente emparelhadas, roendo-as, e impedindo um desaperto normal. E tirar o raio da roda para mudar a embaladeira só foi possível partindo o perno. Depois da embaladeira, segue-se agora o frete dos pernos (além do partido, de acordo com o relato do Varinho provavelmente haverá necessidade de mais um). Já na próxima semana. E por isso mesmo, no diário de hoje só há a registar fretes, e perdas de tempo. Quem anda a bordo passa também por isto. É como quem anda à chuva. Molha-se.
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