2011-05-11

Empreendedorismo rural

Aqui estão as respostas às questões referidas há dias:

1. Com base nos recursos locais (agricultura, património material e imaterial, cultura, ….) e competências (conhecimento da experiência acumulada e/ou conhecimento de âmbito académico) existentes no território (Fafe, Guimarães e Vieira do Minho), que áreas de investimento/negócio têm potencial? (Identificar os recursos e competências existentes e respectivo potencial em termos de actividade empresarial)

O potencial das áreas de investimento depende mais da concepção e implementação de cada negócio individual e do modelo por ele seguido do que propriamente das características de cada sector de actividade económica. Nesse sentido, mesmo em negócios tradicionais como, por exemplo, vestuário, cutelaria, calçado, ou agricultura, ou em sectores que parecem mostrar saturação como, por exemplo, cafés e restaurantes, poderão existir oportunidades interessantes. Estas oportunidades serão tanto mais interessantes quanto melhor cada negócio estiver posicionado em termos de oferta, preço, e criação de valor para o cliente. Quanto aos recursos disponíveis em zonas mais rurais com baixa densidade empresarial, há uma tendência para valorizar os recursos naturais. Mas, para além disso é necessário detectar outro tipo de recursos e capacidades existentes no território, o que requer bastante análise e alguma ponderação.

2. Que constrangimentos se poderão colocar à exploração dessas potencialidades?

No actual contexto da economia portuguesa, os maiores constrangimentos decorrem da excessiva carga fiscal e das limitações do mercado laboral. Para além disso, no contexto de recessão em que vivemos, a actividade empresarial é mais difícil desde logo devido à queda do consumo provocada pelo desemprego crescente, pela acentuada queda do poder de compra e pelo endividamento.

3. Tem alguma sugestão que possa contribuir para superar essas deficiências/constrangimentos identificados?

Em termos de políticas públicas, a redução da carga fiscal e da subsidiação (tanto a trabalhadores como empresas), bem como a flexibilização do mercado de trabalho poderão gerar efeitos positivos na criação e desenvolvimento de empresas. No que respeita à estratégia das empresas, estas terão que tomar decisões que contrariem as dificuldades encontradas. Entre decisões desse tipo encontram-se, por exemplo, o posicionamento da empresa nos mercados externos ou a utilização de processos de subcontratação.

4. Quais as entidades/infra-estruturas de acolhimento/apoios à constituição de empresas existentes no território (nos concelhos abrangidos ou outros da região) que, eventualmente, no futuro possam ser envolvidos no apoio aos empreendedores?

Existem hoje muitas entidades e actividades, tanto nacionais, como regionais e locais que se preocupam com a temática do empreendedorismo. A articulação das funções destas entidades é um dos desafios que se coloca em termos de políticas públicas de fomento ao empreendedorismo.

5. Há alguma boa prática no território que nos possa indicar e que seja elucidativa do aproveitamento e exploração de recursos locais no âmbito do desenvolvimento de uma actividade empresarial? (Caso considere não existirem boas práticas neste território, solicitamos a indicação de outras desenvolvidas noutras regiões)

Creio que existem várias associações, instituições, autarquias, e mesmo sociedades comerciais a fazer um esforço meritório não só em termos de negócios convencionais mas também no domínio social, cultural e desportivo. E para todos os efeitos estas actividades têm uma dimensão económica relevante.
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