2011-07-13

Será mesmo assim?

Acabo de receber um bom texto via e-mail de Luis Santos sobre o Google+. Será desta que vou ir além do Flickr e da Last.fm?
«O Google + parece ser o exemplo acabado do 'elefante na loja de procelana'. É um elefante - robusto, eficaz, imponente. Mas chega (de novo) às redes sociais com duas indicações que não podem deixar qualquer dúvida quanto à sua postura e intenções.

Uma - ainda que apenas simbolicamente, o '+1' remete-nos para a frieza dos números representando a intenção clara da empresa de, também aqui, fazer uma gestão organizada, eficiente, quase sem falhas, do 'mercado' das ligações sociais. Não há aqui 'likes' nenhuns, nem espaço para grandes falhas. O Google + apresenta-se como o 'organizador' dessa confusão em que parece ter-se transformado a nossa 'vida social' no facebook. O Google oferece-se para nos 'alisar' o terreno, para trazer ordem a uma existência já quase caótica (como, aliás, faz com todos os seus produtos).

Duas - O Google + é uma rede que divide e separa. Os círculos são compartimentos onde arrumamos as nossas ligações (às vezes à mistura com um conflito moral silencioso - esta é amiga ou é só colega de trabalho?) e onde as afastamos umas das outras. Com o Google + vamos ser, à nossa reduzida escala, contribuintes activos para a criação de cada vez mais 'circles of one' (para usar a expressão de Eli Pariser ( The Filter Bubble).

O Google + é limpo, purificado.
É aquilo que uma rede social devia ser desde o príncipio.
É aquilo que uma rede social devia ser se tivesse sido planeada apenas seguindo argumentos lógicos.
Não é uma rede...são muitas e variadas pequenas redes, assim ordenadas de raíz, para uma mais eficiente e organizada gestão da informação (a nossa...e a deles).
É uma limpeza só.
E com tanta coisinha boa o mais certo mesmo é deixarmos de lado aquilo que nos atraiu a todos a um espaço como o Facebook - a emoção.

A este ritmo - de tanto me ajudar a organizar a vida - daqui a pouco tenho-a mesmo toda direitinha.
Como deve ser.
Como devia ser desde o início.
Ah, Google!
Se ao menos tu tivesses existido na minha infância e adolescência, tinhas-me ajudado a evitar tantos erros...e terias feito de mim, certamente, um homem novo.»
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