2013-06-18

Está lá? Quem fala?

Um dos principais desafios na gestão de recursos físicos é optimizar o seu uso, sobretudo quando a sua utilidade original não faz mais sentido ou existe sobrecapacidade instalada. Frequentemente, essa optimização requer a introdução de novas utilidades como, por exemplo, o uso de um estádio de futebol para concertos de música ou outro tipo de eventos. Noutro exemplo, um dos desafios que o sector público, mas não só, tem pela frente é optimizar as inúmeras infraestruturas espalhadas pelo país em défice de utilização, sejam elas auto-estradas, pavilhões desportivos, escolas, parques empresariais, ou o que quer que seja.



Neste particular, os ingleses - conservadores como são no verdadeiro sentido da palavra - ao não desfazer-se de nada e dando utilidade a tudo são um exemplo interessante, talvez a seguir. Costumo dizer que, onde muitos de nós vêm uma pedra inútil, um inglês cria uma história à volta da pedra, torna-a numa valiosa peça de museu que gera negócio, e de seguida, não completamente satisfeito, cria uma linha de merchandising inspirada naquela pedra, e passa a comercializar pedrinhas.



Veja-se um outro caso interessante. O das cabines telefónicas espalhadas pelo Reino Unido que deixaram de cumprir o seu papel. Pois bem, conta-se aqui, que essas cabines estão a ser utilizadas para fins tão diversos como orinóis (vá lá, este talvez um uso mais clássico!), pontos de acesso à internet sem fios, montra para prostitutas, multibancos, galerias de arte, postos de informação turística, pontos para troca de livros, e algumas delas - imagem de marca do país - são até exportadas para usos exóticos como chuveiros. Haja criatividade.

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