O Jornal de Notícias informa hoje, que «desde 25 de junho que os estudantes do Ensino Superior se podem candidatar a uma bolsa de estudo. Mas só agora é que os serviços de ação social de universidades e politécnicos conseguiram ter acesso à plataforma de bolsas e proceder à análise dos requerimentos.»
Como, naturalmente, a análise destes processos pode ser demorada - que mais será de esperar se o próprio acesso à plataforma se atrasou dois meses? - é de crer que, uma vez mais, esta incerteza será um dos fatores a perturbar o início do ano letivo de muitos estudantes e indiretamente dos seus colegas e professores.
Infelizmente, muitos estudantes fazem depender o prosseguimento dos seus estudos de uma bolsa, fenómeno que me parece particularmente relevante ao nível dos mestrados. Isto significa que na prática muitos estudantes iniciam o ano na incerteza e sem o empenho que se lhes exige porque, pura e simplesmente, fazem depender esse empenho duma bolsa. Mais tarde, talvez lá para novembro, dezembro ou mais tarde ainda, assistiremos ao cancelamento da inscrição de alguns desses estudantes precisamente porque não obtiveram bolsa. Aqueles que obtiverem bolsa seguem alegremente os seus estudos mas, ainda assim na incerteza do que os espera no próximo ano letivo. Ora, como um grau de ensino requerer obrigatoriamente mais do que um ano de estudos, pode imaginar-se a incerteza que nos rodeia a todos.