Bolsas de estudo

Para se poderem avaliar as políticas públicas são necessários dados de uma forma completa e transparente. Se assim não for, tudo aquilo que podemos dizer não passam de opiniões frequentemente distorcidas por preconceitos.

Por isso mesmo, os dados sobre bolsas de estudo que soube há dias através de um jornal dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho parecem relevantes. Aí conseguiu saber-se por exemplo que em 2014-2015, de entre os 16448 estudantes da Universidade do Minho, havia 5261 bolseiros. Isto é, 32 por cento dos estudantes possuíam bolsa. Se analisarmos o total dos candidatos a bolsa naquele ano (6556 estudantes), conclui-se que 80 por cento deles (os tais 5261) foram financiados. Em síntese, duas percentagens claras e cujo significado merece ser avaliado.

Podem fazer-se muitas questões adicionais. Por exemplo, qual o valor destas bolsas? A mesma fonte apresenta o valor da bolsa média. Naquele ano de 2014-2015 - um ano que não foge ao padrão da última meia-dúzia de anos letivos - foi de 210 Euros por estudante. Um valor que é idêntico para todo o país.

Indicadores como estes levantam outras tantas questões (digamos que isso é um dos benefícios da estatística) mas o certo é que estes dados devem ser públicos, devem ser publicitados e devem ser debatidos para melhor compreendermos o financiamento do ensino superior.