2022-04-21

Diversificação e especialização

Entre os «remédios» prescritos pela Comissão Europeia para autorizar as ajudas públicas do Estado português à TAP encontra-se a obrigação da empresa alienar negócios considerados não centrais como restauração ou operações em terra. Esta imposição parece razoável porque esses negócios não fazem parte daquilo que a atividade principal da companhia e, para além disso, a TAP perde imenso dinheiro com eles, o que significaria que as ajudas públicas poderiam estar a financia-los indevidamente.

Do ponto de vista da estratégia corporativa, a imposição europeia é interessante porque isso é uma medida de política pública que obriga a empresa a especializar-se no seu negócio fundamental, isto é, na prestação de serviços de transporte aéreo de passageiros. Desta forma, o desinvestimento noutros negócios (a montante, a jusante ou complementares ao seu negócio principal) que tornavam a empresa numa companhia diversificada, obriga a empresa a especializar-se, havendo a expectativa de que isso poderá ajuda-la a ganhar eficiência no seu negócio principal.
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