2003-06-10

Ideias
BIOGRAFIAS

Entre dois capítulos de Churchill: Uma Vida (Martin Gilbert, Bertrand, Chiado, 2002), acabo de ler Marcello Caetano: As Desventuras da Razão (Gótica, Lisboa, 2002). Nestas desventuras Vasco aplica o seu conhecido estilo que caracterizaria como pouco Pulido e muito Valente. Evidentemente, este breve ensaio dista muito dessa obra soberba que é Glória: Biografia de J.C. Vieira de Castro (Gótica, Lisboa, 2003), do mesmo autor.

Um dos motivos que me levou a Marcello foi tentar compreender melhor as causas do nosso proverbial corporativismo. Rapidamente se conclui que esta não é a melhor fonte. Mesmo assim, parece evidente que na sociedade portuguesa de hoje o corporativismo está profundamente enraizado. Arriscar-me-ia até a desafiar algum historiador a provar se encontra algum período na história de Portugal em que o corporativismo tenha sido simultaneamente tão forte e desenvergonhado.

Ele faz-se notar mais intensamente nos momentos de mudança ou quando as reformas são incontornáveis. Quando assim acontece, de imediato as corporações se levantam, na mairoria das vezes como barreiras protectoras dos interesses instalados. Por vezes são tão cegas e conservadoras que nem sequer percebem que algumas mudanças poderão favorecer a sua posição.

Outra nota que deriva das biografias e que vale a pena explorar é o seu contributo para a gestão. Qual o interesse das biografias para a gestão, estratégia e marketing? Até que ponto as biografias podem ser uma boa fonte de estudos organizacionais? Se conhece biografias escritas em português, preferencialmente sobre portugueses, que ajudem a responder a estas questões envie um email.
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