2004-06-07

CARREIRA EXPRESSO. Como já notaram os leitores mais frequentes de Empreender, o Expresso não é das fontes que aqui se previligiam. Em mais de um ano de existência, lembro-me de só uma vez aquele semanário ter sido aqui referido. Uma das razões, que não a única, é o facto do jornal noticiar com maior frequência intensões do que factos. Lendo este tipo de jornalismo, fica a sensação que o objectivo das fontes do jornal a que o Expresso confere cobertura é testar estados de alma e reacções de quem lê. É isso, por exemplo, o que parece resultar do título da primeira página e seu desenvolvimento sobre as intenções da TAP ou de alguém que lá trabalha ("TAP quer comprar 20% da Varig", Expresso, 5 de Junho de 2004, p. 1). Quem já estudou processos de internacionalização em Portugal sabe que, não raras vezes, esta estratégia é uma tentativa desesperada de salvação que muitas empresas falidas ou em dificuldade procuram. Ou seja, procuram ocultar incapcidades nativas com saltos no desconhecido, tendando mesmo aliciar ou até enganar potenciais parceiros externos. Ora, conhecendo-se o historial da TAP, algo de semelhante poderá estar por detrás da sua proclamada intensão de "comprar 20% da VARIG" ... a não ser que ela própria pretenda vender 40% ou mais à própria VARIG. Aqui em Empreender defende-se até que a VARIG, ou qualquer outra companhia, prestaria um bom serviço a Portugal se levasse os 100% da TAP, incluindo os seus passivos e dores de cabeça.
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