2004-10-28

SINAL DOS TEMPOS

Tenho para mim que uma forma simples de ajuizar sobre o nível de desenvolvimento de um país ou até do perfil da sua cultura ou capacidade de organização é viajar e observar as suas estradas. Sem pretender realçar factores mais tangíveis como o número de vias alternativas para um destino ou os custos de circulação, acredito que factores como o estado de conservação das vias, os serviços nelas disponíveis, os traçados, e, muito importante, a sinalética nos dizem muito sobre um país. A sinalética é, de facto, uma aspecto importante duma cultura e, não sei porquê, estes dois sinais parecem-me muito portugueses. A mistura do seu significado original com as mensagens que lhes foram adicionadas reflectem de facto os paradoxos, equívocos, cruzamento de interesses e, porque não, a confusão, jogos e joguinhos em que o país é também pródigo. Estes sinais, as suas mensagens e tudo o que demais eles podem revelar podiam ser uma metáfora, por exemplo, para Marcelo e Pais do Amaral, os dois homens que tiveram a conversa mais discutida de 2004. Agora, por favor, não me perguntem qual dos sinais ficaria melhor a Marcelo e a Pais do Amaral!

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