UM CICLONE. Os americanos lá tiveram a sua Catarina, a devastadora de Nova Orleães, e ao que parece têm agora a Ofélia, menos impulsiva mas mesmo assim a atacar os Estados da Carolina. Nós por cá não somos tão tempestuosos mas temos as nossas intempéries. Por exemplo, qual bloco central, já tinhamos Dias Loureiro no PSD. Temos agora António Vitorino no PS. São individuos que frequentemente recusam candidaturas delicadas ou até posições difíceis no aparelho de Estado. Não abdicam, contudo, das suas posições de dirigentes partidários e não perdem uma oportunidade de aparecer na comunicação social. Jogando nestes tabuleiros do poder pouco desgastantes tornam-se assim mais notados e com maior influência. Quais consultores do regime, lucram, mas lucram muito, no verdadeiro sentido material da palavra. Não há Presidente da República ou Ministro que cobre os seus honorários. Pois bem, Loureiro e Vitorino faziam-nos um favor se fossem dar uma volta com a Ofélia e Catarina. Definitivamente, estamos carentes de um ciclone que varra as nossas costas.