2012-09-11

Uma lenta agonia

Vale a pena ler o retrato que Jaime Gomes faz da evolução de um departamento de engenharia duma universidade. Neste caso está em causa o Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho mas, sabemos nós, poderiam estar em causa muitos outros departamentos de muitas outras instituições de ensino superior, ou até de várias instituições como um todo. Problemas destes não se resolvem com paliativos ou com a esperança num futuro melhor que nunca chega. Situações como a relatada - repito, comuns a muitos departamento e instituições - resolvem-se com reestruturações. Não se trata de um momento para o outro colocar dezenas ou centenas de professores e outros recursos no "cabide" como parece estar a acontecer no secundário, mas sim de desenhar mudanças estruturais nestas instituições que no espaço de, por exemplo, um a três anos alterem a forma como estas instituições se organizam. E isso requer coragem e decisão do Governo mas também, e sobretudo, das instituições em causa. A tão proclamada "autonomia universitária" exige isto e não pode funcionar como um álibi para adiar mudanças. É preferível começar a dar estes passos com alguma segurança e controlo, de forma incremental enquanto isso é possível, antes que alguém se lembre de um momento para o outro que tudo está errado e, à semelhança do que está a acontecer no secundário, se exijam mudanças drásticas bem difíceis de acomodar.
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