2012-12-04

Pá, é este

O Reitor da Universidade do Porto a colocar em causa a decisão dos júris de concursos da carreira docente em entrevista dada ao Público:

«Um reitor nem sequer pode votar nos concursos de catedrático e associado, e, no entanto, é ele que assina os contratos. Acho que quer o reitor quer o director deviam poder intervir na escolha da pessoa a contratar. Tal como está, vem um júri de sete pessoas, a maioria de fora, e a gente acredita que o júri vai escolher a pessoa mais adequada, mas o júri não conhece a estratégia da universidade. Apesar disso, o júri diz ‘Pá, é este’, e a gente tem que aceitar, mesmo que não consiga trabalhar com essa pessoa. Faça um estudo sobre o processo de concursos, sobre a independência que isto dá.»

Mas então o júri não segue critérios objectivos?!

«Claro que não. Como é que tem a certeza que os pares são mais independentes que o director, o reitor e uma pessoa externa que ajudasse a escolher? Quem lhe garante que o júri é composto de modo independente? Temos que mexer nalgumas coisas se queremos que o país evolua no ensino superior.»

É caso para dizer que o Reitor lá sabe do que fala.
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