Vasco Eiriz

NÚMEROS. Os números são o que são mas revelam sempre o quanto as prioridades anunciadas se afastam das prioridades concretizadas. A aposta na investigação científica e na inovação tem sido sempre anunciada como uma prioridade dos últimos governos como forma de desenvolver a economia portuguesa. Agora fica-se a saber que entre 1997 e 2005 foram realizados 70 estudos que custaram 12,7 milhões de euros apenas sobre a questão tão fundamental para a economia portuguesa que é a localização de um novo aeroporto. Feitas as contas isto dá uma média de 8 (OITO) estudos por ano a um custo médio de 181 mil euros cada. Em comparação o montante afecto ao financiamento público de projectos de investigação em todos os domínios científicos atribuido pela Fundação para a Ciencia e Tecnologia (FCT) não permite que o orçamento de um qualquer projecto científico com duração de execução até 3 anos seja superior a 100 mil euros. Assim se estimula a investigação científica....
Resta clarificar que estes valores não são directamente comparáveis pois os investigadores científicos não são remunerados pela execução dos projectos de investigação financiados pela FCT enquanto os consultores são pagos a peso de ouro. Ilação a retirar: um consultor produz mais valor económico do que um qualquer investigador científico. Será?...